Além disso, o PT decidiu fazer um chamado para que países “preocupados com a democracia” observem a votação. Se houver ataques a petistas, o discurso será de que o candidato Jair Bolsonaro (PSL) deve ser visto como corresponsável. Questionado anteriormente a respeito de ataques atribuídos a seus apoiadores, Bolsonaro disse dispensar o voto de quem pratica violência.
O clima de tensão se agravou no último domingo, quando Bolsonaro fez discurso transmitido ao vivo para uma multidão de apoiadores na Avenida Paulista, em São Paulo. O presidenciável anunciou que, se eleito, fará uma “faxina nunca vista” no país e que, se não respeitarem a lei, os “marginais vermelhos” serão “banidos”. O candidato tem sido alvo de muitas críticas por discursos inflamados que estimulariam seus eleitores a cometerem atos violentos contra homossexuais, negros, nordestinos e outros segmentos da população.
No mesmo tom, o coronel reformado Carlos Alves, em vídeo divulgado nas redes sociais, ofende e ameaça a ministra Rosa Weber, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Alves — visto como desequilibrado e sem credibilidade pelo próprio Exército — ameaça a ministra para que “não se atreva” a dar seguimento à ação eleitoral contra Bolsonaro, ou “nós vamos derrubar vocês aí”.
A Polícia Federal já instaurou quatro inquéritos para investigar ameaças à presidente do TSE. “Todos estão identificados. Não existe impunidade, não existe anonimato nas redes”, disse ontem o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann. “Nós já sabemos de quem se trata e onde se encontra.”
O Ministério da Defesa, além de enviar efetivos para garantir a segurança da votação em 356 localidades, empregará 27 mil militares no apoio logístico aos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs). Eles atuarão no traslado de urnas e de pessoal da Justiça Eleitoral a locais de difícil acesso. Os militares desempenham essa tarefa acompanhados de servidores da Justiça Eleitoral. Essas operações estavam confirmadas, até ontem, para 91 localidades de cinco estados: Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso do Sul e Roraima.