Trabalhadores reclamam de baixa arrecadação por entregas
Entregadores de aplicativos bloquearam uma das faixas da Avenida Desembargador Moreira, na tarde desta sexta-feira (29). Segundo os trabalhadores, o objetivo da mobilização é chamar atenção das empresas para melhores repasses por entregas.
A reportagem entrou em contato com as empresas de entregas citadas pelos trabalhadores e aguarda resposta sobre as reivindicações.
O motociclista Francisco de Moraes, 35, reclama de baixos pagamentos por entrega no aplicativo Rappi. “Estão pagando R$3 a R$ 3,80. Fora a distância que temos de buscar o produto. Além de você buscar e ter o pedido cancelado você corre o risco de ser bloqueado duas horas ou gerar uma dívida. Quando você tenta resolver pelo aplicativo ninguém soluciona nada”.
Os trabalhadores também pedem o fim da obrigação de subir em prédios para deixar entregas nos apartamentos devido aos riscos da proliferação da Covid-19.
Reivindicações
- Taxa mínima de R$5 em entregas de bicicleta;
- Taxa mínima de R$6 em entregas de moto;
- Taxa mínima de compra para farmácias no valor de R$10;
- Taxa mínima de compra em mercados de R$12;
- Cobrança de R$2 por cada 30 minutos de espera;
- Pagar o deslocamento para o estabelecimento e R$1,50 por km rodado;
- Fim do serviço rappiturbo
Francisco Airton, 25, atua com entregas pela empresa Loggi. Ele conta que já pegou 30 pedidos por cerca de R$48. “É muito pouco. Pagamos licenciamento, IPVA, gasolina cara, seguro, rastreador, além do CNPJ”.
O ciclista Paulo Soares, 29, realiza entregas pela plataforma Uber. Ele conta que muitos trabalhadores deixam cidades da Região Metropolitana para atender a alta demanda de entregas de bairros da Regional II, em Fortaleza. Devido ao baixo repasse por corrida, muitos não conseguem arrecadar sequer o valor gasto em combustível.
”Tem motoboy que roda na Aldeota e pega duas entregas. Não paga nem um litro de gasolina. Tem gente de Maracanaú, Maranguape, Horizonte, entre outras cidades de perto que sofre. A gente pede coerência. Uma taxa fixa ajudaria muito. No início da pandemia todo mundo em casa a gente que se arriscou e continuamos nesse luta”
De acordo com Glauberto Almeida, presidente do Sindicato dos Motoboys do estado do Ceará (Sindimotos-CE), uma das principais reivindicações da categoria é o fim das punições pelas empresas.
O presidente da entidade relata que os trabalhadores recebem multas em caso de atraso nas entregas e são penalizados quando param de aceitar pedidos temporariamente, chegando a ter as contas suspensas. Para Alberto, essas punições indicam vínculo empregatício, o que não é reconhecido pelo Ministério Público.
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