CEARÁ

Presos golpistas que se passavam por pesquisadores do IBGE

Oito pessoas suspeitas de integrar uma quadrilha sergipana especializada em fraudes foram presas na tarde de ontem. A prisão foi efetuada na rua Padre Ambrósio Machado, no bairro Parreão, em Fortaleza. Os golpistas visitavam residências fingindo ser recenseadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 

Segundo a Polícia Civil, a operação foi montada pela equipe do 25º

Distrito Policial (Vila União), após denúncias de duas pessoas que foram abordadas pelo grupo. Os investigadores orientaram uma das vítimas para solicitar uma nova visita do grupo, que já estava na última fase do golpe.


A primeira fase consistia em ser aceito na residência das vítimas. Para o contato inicial, uma pessoa se apresentava como funcionária do IBGE. Dentro da casa das pessoas e de posse de todos os dados, a segunda fase do golpe era colocada em prática: os integrantes da quadrilha diziam que trabalhavam em uma empresa de livros, que eram ex-dependentes químicos e pediam apadrinhamento, oferecendo de “brinde” um livro, que, na verdade, tinha um valor e poderia ser pago por meio de cartão de crédito.


Na terceira e última fase, uma terceira pessoa ia até a residência com uma máquina de cartão e terminava por clonar os cartões das vítimas.


Conforme um inspetor que pediu para não ter o nome divulgado, quem manuseava a máquina do cartão era o líder da quadrilha. “Dentro do veículo deles encontramos vários contratos. Vamos buscar essas pessoas posteriormente. Eles dizem que cobravam de acordo com o cliente. De alguns era R$ 100, outros, R$ 200, dependia da pessoa. Ofereciam livros com a facilidade de pagar em várias parcelas”, relatou.

Foram presos Danilo Batista dos Santos, que responde na Justiça por roubo, Douglas Santos Costa, que responde por receptação, Roniere de Jesus Melo Alves Rodriges, Gilvan Oliveira Costa, Edleuson Santos Silva, José Paulo da Silva Santos, Fernanda Mascarenhas da Silva e Flávia Camila da Silva Santos.


Uma das vítimas, desconfiada da abordagem do grupo sergipano, resolveu pesquisar sobre a venda dos livros na Internet e encontrou uma série de golpes parecidos aplicados por pessoas de Aracaju.

O flagrante foi realizado no 25º DP por tentativa de estelionato e associação criminosa, pelo delegado titular, Alísio Freitas.


Golpes

Em agosto do ano passado, cinco pessoas de Aracaju foram presas no Distrito Federal tentando aplicar a prática que ficou conhecida como golpe do livro. Conforme o jornal Correio Braziliense, o grupo vendia os livros por R$ 690 e se apresentava como representante de entidades assistencialistas em recuperação de usuários de drogas.

Em 2011, o golpe foi aplicado no Rio de Janeiro. Um grupo de jovens de Aracaju permaneceu 15 dias divulgando que vendia livros para ingresso em universidades. Foram presos seis homens.

O golpe

Abordagens

O grupo possuía uma van, mas os integrantes batiam nas portas se passando por funcionários do IBGE.

Apadrinhamento

Quando se sentiam seguros, os estelionatários diziam que eram ex-dependentes químicos e pediam apadrinhamento.

Clonagem

Assim, simulavam a venda de um livro e passavam os cartões para clonar. 

Jéssika Sisnando
O Povo


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