Em assembleia realizada na tarde de ontem, na praça José Bonifácio, no Centro, os professores da rede municipal de Fortaleza votaram pela manutenção da greve. A categoria, que paralisou as atividades na última sexta-feira, 12, reivindica o reajuste integral de 11,36% previsto pelo Ministério da Educação (MEC) baseado na Lei do Piso salarial.
Em negociação feita na última sexta no Paço Municipal, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Fortaleza (Sindiute) ouviu da Prefeitura a contraproposta com pagamento de 5,5% na folha de março com retroativo a partir de janeiro. Os 5,86% restantes entrariam a partir da folha de agosto sem pagamento retroativo.
O argumento do Sindiute para recusar a proposta da Prefeitura é de que vai contra a Lei do Piso aprovada pelo MEC e que os professores da rede pública não receberiam o reajuste em direitos como férias e 13º salário.
Em nota, a Secretaria Municipal da Educação (SME) se manifestou sobre a continuidade da greve dizendo que “permanece aberta ao diálogo e à negociação com o sindicato que representa os professores de Fortaleza”.
Outro ponto de reivindicação da categoria é a destinação da verba oriunda do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef, atual Fundeb). Segundo o Sindiute, a Prefeitura recebeu R$ 289 milhões do recurso no último mês de novembro e que 60% desse valor deveria ser repassado para o reajuste dos professores e os 40% restantes para melhorias de infraestrutura das escolas da rede pública.
“Como a Prefeitura diz que não tem dinheiro se recebeu esse valor do Fundeb? Não estamos reivindicando só o reajuste, mas também melhorias na rede pública de ensino”, afirmou Ana Cristina Guilherme, presidente do Sindiute.
Próximos atos
O Sindiute planeja duas mobilizações ainda para esta semana. Hoje, a partir das 9 horas, haverá uma caminhada saindo da Praça da Imprensa em direção à sede da SME, na avenida Pontes Vieira. No protesto, os docentes pedirão ainda a saída de Jaime Cavalcante da titularidade da pasta.
A segunda mobilização dos grevistas está prevista para ocorrer na manhã de sexta-feira, 19, saindo da Praça do Ferreira em direção ao Paço Municipal. Na última sexta, o Sindiute realizou um ato em frente ao Paço. Na ocasião, houve reunião com o prefeito Roberto Cláudio (PDT) em que foi feita contra-proposta à categoria. “Esperamos uma nova resposta da Prefeitura para analisar e discutir. Desse percentual de 11,36% não abrimos mão”, afirmou Gardênia Bayma, diretora do Sindiute.
João Marcelo Sena
O Povo
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