CEARÁ

Quase 100 mil beneficiários do Bolsa Família no Ceará são suspeitos

Quase 100 mil beneficiários do programa Bolsa Família no Ceará são considerados suspeitos, segundo o Ministério Público Federal (MPF). O número, que chega a 99.729, equivale a 6,38% do total de pessoas que recebem o recurso no Estado.
Os números são resultado do Projeto Raio-X Bolsa Família, com atuação coordenada pelas Câmaras Criminal e de Combate à Corrupção do MPF, que verificou os pagamentos realizados entre 2013 e maio de 2016 e divulgou os resultados nesta sexta-feira, 11.

O diagnóstico do órgão aponta, ainda, que os valores pagos aos perfis suspeitos no período analisado chegam a R$ 368,8 milhões de um montante de R$ 6,7 bilhões que beneficiaram 1,5 milhão de cearenses.

O Ceará aparece na quarta colocação num ranking nacional, perdendo apenas para Roraima, Tocantins e Distrito Federal.

Municípios

Aurora (22,16%), Solonópole (18,02%), Altaneira (16,71%), Granjeiro (16,49%) e Aiuaba (15,99%) aparecem como os municípios cearenses com maiores percentuais de recursos pagos a perfis considerados suspeitos.

Aurora e Solonópole também ocupam, respectivamente, a 3ª e a 9ª colocações no ranking nacional. Fortaleza aparece na 15ª posição entre as capitais, com percentual de 4,04% de recursos destinados a perfis suspeitos.

Perfis suspeitos

Podem receber o benefício famílias com renda per capita de até R$ 154 por mês, onde estão enquadradas pessoas de pobreza e extrema pobreza.

Entre os perfis suspeitos, portanto, estão as pessoas com renda maior que a estabelecida, além de beneficiários mortos, servidores públicos com clã familiar de até quatro pessoas, doadores de campanha eleitoral que fizeram doação maior do que o benefício recebido, além de empresários.

Providências

O MPF expediu recomendações a 4.703 prefeituras para que realizem visitas domiciliares a mais de 870 mil beneficiários do programa Bolsa Família suspeitos de não cumprir os requisitos econômicos estabelecidos pelo Governo Federal para recebimento do benefício. No Ceará, já foram expedidas recomendações a 180 municípios.

As recomendações foram expedidas em todo o país no período de julho a setembro deste ano, com prazo de 60 a 120 dias para que os gestores municipais informassem o número de irregularidades confirmadas e de benefícios cancelados. 

O Povo Online


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