Em pronunciamento nesta quarta-feira, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse que a manifestação estava prevista como pacífica e “degringolou na violência, no vandalismo, no desrespeito, na agressão ao patrimônio público e na ameaça às pessoas”.
O ministro disse que o governo garantiu a saída dos servidores dos ministérios e que o presidente Temer decretou ação de garantia da Lei da Ordem, com o envio de tropas federais. O decreto publicado em edição extra do Diário Oficial da União prevê o uso das Forças Armadas até o dia 31 de maio.
“Temer faz questão de ressaltar que é inaceitável a baderna, que é inaceitável o descontrole e ele não permitirá que atos como esse venham a turbar um processo que desenvolve de forma democrática e com respeito as instituições”, declarou o ministro da Defesa.
Vários ministérios tiveram vidros quebrados, pichações e até materiais retirados. Entre eles, o da Agricultura, Minas e Energia, Transportes, Planejamento, Fazenda, Turismo, Cultura. Três ministérios pegaram fogo. Os manifestantes também derrubaram e atearam fogo em banheiros químicos e outros materiais, o que formou um uma grande chama com fumaça preta em frente ao Congresso e ao Ministério da Saúde. Os bombeiros tentaram conter os focos de incêndio.
Mão dilacerada
Segundo a CUT, 200 mil pessoas foram para Esplanada, já o governo do Distrito Federal fala em 35 mil. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, quatro pessoas foram detidas pelos policiais, sendo três delas por porte de entorpecentes e porte de arma branca. Todos foram encaminhados ao Departamento de Polícia Especializada. Um dos manifestantes teve a mão dilacerada ao tentar atingir um policial militar com um rojão, que explodiu. Ele foi socorrido por manifestantes. O Corpo de Bombeiros também faz atendimentos a feridos.
Populares tentaram invadir o perímetro de segurança restrito previsto no Protocolo Integrado Tático, mas foram contidos pela Polícia Militar, que usou a força. Os policias usaram spray de pimenta, gás lacrimogêneo, cassetetes e balas de borracha para conter manifestantes, que usaram pedras e pedaços de paus.
Os governos local e federal trabalham na segurança de forma integrada, com o envolvimento de 25 instituições. Eles monitoram em tempo real a Esplanada dos Ministérios por meio de imagens enviadas por câmeras. Helicópteros da polícia também fazem monitoramento. No local dos protestos também foram acionados o Batalhão de Choque e a cavalaria.
Uma faixa gigante “Fora Temer” foi esticada no meio do gramado da Esplanada. Os manifestantes também levaram bandeiras e balões de centrais sindicais.
Protesto também dentro do Congresso
Na Câmara dos Deputados também houve muito protesto de parlamentares da oposição. Eles gritaram “Fora Temer” e “Diretas Já”. Houve ainda mais confusão e bate-boca no plenário da Câmara depois que a oposição soube do envio de tropas federais.
A sessão do plenário foi suspensa e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, convidou os líderes dos partidos para uma reunião no seu gabinete para esclarecer sobre o pedido que fez ao governo federal para intervenção da Força Nacional nas proximidades do Congresso.
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