O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), que vinha evitando se posicionar de forma clara quanto ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, a despeito do seu partido ter anunciado que irá engrossar a bancada de oposição há cerca de 15 dias, subiu o tom ao afirmar que os fatos contra a presidente são "muito graves" e que, caso sejam provados, será "muito difícil" a manutenção dela no cargo.
Sobre o fato de em dezembro ter classificado a abertura do processo de impeachment como uma "chantagem" por parte da oposição, Câmara justificou: "Porque foi claramente um processo onde a chantagem foi colocada como primeira questão, independente da análise dos fatos", afirmou. Na época, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) abriu o processo contra a presidente Dilma em retaliação às investigação sobre corrupção do qual é alvo na Operação Lava Jato.
"Hoje, não. Hoje tem muito mais fatos em relação ao que foi colocado. Não se trata só de pedaladas (fiscais – motivação jurídica do atual pedido) e sim de outros fatos. Fatos graves que precisam ser apurados, que precisam ser responsabilizados", disse justificando a mudança de posicionamento.
Câmara pediu rapidez no processo de impeachment e sinalizou, ainda, que o PSB deverá firmar questão pelo afastamento da presidente. Segundo ele, "o PSB sairá unido" e que a legenda tomará uma decisão "em favor do Brasil".
O líder do PSB na Câmara dos Deputados e membro da comissão especial que analisa o processo de impeachment, Fernando Filho (PE) já anunciou que a bancada pernambucana já fechou questão em favor do impeachment.
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