BRASIL

Entenda como Brasil passou a ser referencia mundial no combate ao spam na web

Por Paulo Dantas, Pedro Callado e Luan Matias


A gerente geral do Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil (CERT.br), Cristine Hoepers, explicou como foi o avanço.
Segundo Hoepers, o país já esteve no topo do ranking dos que mais mandavam mensagens de spam, e após um trabalho envolvendo técnicos do CERT.br e várias outras frentes, como Ministério Público Federal, departamento de proteção ao consumidor do Ministério da Justiça, operadoras de Telecom e provedores, o pais deixou a posição indesejada e virou até referencia para outros países que ainda sofrem desse mal.


“Foi implementada uma técnica de gestão de rede que impede que nossas redes sejas usadas para enviar Spam, então esse estudo de caso hoje é visto como exemplo por diversos países. A gente inclusive esta trabalhando na África ocidental, para evitar que eles sejam o próximo berço de spam no mundo”.
Cristina informou que o processo para diminuir o número de spams no Brasil durou cinco anos para ser concluído.


“As redes na qual o cidadão comum se conecta para enviar email, foram movidas para um protocolo (outro endereço), para um padrão mais novo de envio de mensagens. Foi alterada a maneira de fazer esse envio para que se pudesse impedir que spamers de outros países usassem as redes e os computadores das casa das pessoas, como se fosse um servidor de email”, conta a gerente, lembrando que o processo é extremamente técnico. e tudo isso foi feito mantendo o serviço inalterado para o cidadão, que continua usando email. “A mudança foi feita sem nenhum prejuízo”, explicou.


Hoepers explicou ainda que mudar o padrão da rede no Brasil não foi a solução de todos os problemas para melhorar a segurança. Para ela, o trabalho de conscientização com relação as boas práticas sempre será necessário para continuar coibindo novos incidentes.


Outro problema ainda comum é a venda de informações cadastrais. Cristina conta que as vendas de malas diretas onde se tem a compra e venda de dados fez surgir a necessidade de uma legislação própria para proteção de dados. A gerente conta que enquanto era feito o trabalho de anti-spam no Brasil se perguntou o que era aceitável sobre fazer com o cadastro dos clientes. “É aceitável vender os dados? Isso não seria muito aceitável, porque se o cidadão não sabe que ele informou os dados e eles vão ser vendidos para alguém…, mas talvez fosse aceitável você fazer uma compra numa loja de comércio eletrônico e ela fazer uma parceria com um produto e ela enviaria para os seus clientes a propaganda do seu produto, ao invés de vender dados “, opina. Toda a discussão acabou gerando o Código de Auto-Regulamentação de e-mail Marketing. “Foi lançando nesse mês um livro contado toda a história do combate ao spam no Brasil”, frisa.


A propagação da Boas Práticas no Brasil ainda é reforçada com um trabalho realizado pelo CERT.br que desenvolveu cartilhas de Segurança para Internet, oferecidas gratuitamente online e também enviada para escolas. O material contem dicas de seguranças para usuários em geral, tanto para profissionais como o cidadão comum.


“Temos fascículos com temas como cuidados ao usar redes sociais, criar senha segura, com os dispositivos móveis, verificação das etapas e de como proteger credenciais online. São 11 fascículos no total, que pode ser usado e reproduzido”, garante.


 

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